Autor: PastorKurt Rieck (Paróquia Matriz)
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No Credo Apostólico, confessamos que
Jesus "(...) desceu ao inferno (...) e ressuscitou dos mortos, subiu ao céu
e está sentado à direita de Deus Pai, (...)" No Credo a palavra inferno está sendo
substituída. Queremos traçar alguns pensamentos decorrentes das palavras céu e inferno.
Falando do céu
Céu, no sentido natural é o que chamamos
de atmosfera. É lá onde os pássaros voam, onde as nuvens se formam, onde os astros
giram (Neemias 9.6). Os antigos, antes de Galileu Galilei, não imaginavam que a terra
fosse redonda (Sl.19.4 e 6). Buraco negro, novos sistemas solares são descobertas da
ciência moderna que ainda nos trarão muitas surpresas. O céu continua infinito.
No sentido religioso, o termo céu trata
do mundo sobrenatural, do conjunto dos mundos invisíveis. É o lugar onde Deus habita,
também chamado de trono de Deus (Isaías 66.1; 2 Crônicas 30.27; Salmo 11.4) e onde seus
filhos habitarão eternamente com Ele (João 14.1-3).
Quando nos deixamos transformar pelo amor de Deus
temos logo os primeiros sinais do céu em nossas vidas.
Falando do inferno
Sheol é o termo hebraico usado para
indicar o lugar dos mortos, ou seja, estado de morte pintado em termos visíveis. Segundo
a tradição judaica, o inferno era o lugar mais afastado de Deus. Quando no credo era
mencionado o inferno, os cristãos afirmavam que não há recanto mais distante de Deus, a
que Jesus não tivesse ido. A sua vinda desde o céu até o inferno foi a fim de
salvar-nos.
A língua grega clássica, para expressar o
inferno, utilizava-se do vocábulo Hades, que curiosamente não era um
lugar, mas sim uma criatura da mitologia que reinava sobre os mortos.
O inferno para os romanos significava a região
inferior, para onde iam as pessoas falecidas. Era o dormitório dos que estão mortos, e
não necessariamente lugar de tormento. Contudo, segundo a Bíblia, para os maus ele pode
se tornar um lugar de tormento, como vemos no Evangelho de Lucas capítulo16, versículo
23 e seguintes.
O inferno, conforme corriqueiramente é
utilizado, está lá onde trocamos a harmonia pelo caos, o amor pelo ódio, a humildade
pelo orgulho, a simplicidade pela ganância. Também decisões erradas são capazes de
transformar a nossa existência num inferno.
A fé em Jesus não nos isenta de sofrimentos e
dificuldades. Nem o próprio Cristo se viu livre da cruz. Quando Deus nos chamar para o
mundo dos mortos, temos em Cristo a certeza de que a morte não é o fim. Cremos na
ressurreição dos mortos, assim como aconteceu com Cristo.
Não é o medo do fogo do inferno que deve nos
aproximar de Deus. Porém, aqueles que rejeitam o amor de Deus condenam-se a viver longe
do amor divino e isto é sinônimo de inferno. Deixemos de lado o inferno e busquemos o
caminho do céu. |